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domingo, 4 de novembro de 2012

O silêncio grita alto e em linguagem de nomenclatura própria

A linguagem do silêncio tem maior força de expressão que as muitas línguas que possamos falar.

Na quietude, que não é paz, o espírito discorre sobre vidas e fatos não apenas inusitados, mas sequer concebidos pela mente consciente, e por dentro e por fora vagueia esta fala interior, em que o próprio ser se trai analisando suas realidades inconscientes. É então travada imensa luta, uma guerra plena – sem palavras. E a mente, recorrente, atemporal, vai buscar Shakespeare, pra juntos repetirem velha questão vital: “To be or not to be?”

Sem respostas prossegue o silêncio, devorador, devastador, com suas ameaças e injunções perigosas, feito inimigo mor, iminente, presto a lançar mão de elocução felina, pra dizer-nos uma porção daquelas verdades que preferimos guardadas, escondidas, ou camufladas.

Acusa-se, e como réu, se condena, sem ao menos ter em conta que não se foi oficiado para tal.

Esse silêncio é o eu, pequeno ou grande, não importa, mas um eu despido frente ao espelho, ele mesmo, como é.

Quisera rir, o riso travou, chorar, gemido não tem, então busca-se rir e chorar num só tempo, onde morte e vida estão co’as mão dadas, dando-se a impressão de tamanha perplexidade ocidental.

E o silêncio, companheiro perfeito da solidão, cavalga terras desconhecidas dos "humanóides”, campos interiores muito vastos, nunca d’antes palmilhados.
Onde vai dar tal cavalgada? O que mais dirá este tudo e aparente nada?

Psiu!... Escuta. Será diálogo ou discussão a próxima fala?

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