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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Comentários de Sonia Mara Ruiz Brown, Dra. em Literatura Portuguesa pela USP




(Sobre o livro Folhas ao vento, Life Editora, 2015).

Parte I 

Ler Ismael Machado nos introduz em experiências gratificantes, ampliando sobre o conhecido, pois ele inova ao nos presentear com uma obra híbrida, em que estão presentes cartas, cujo conteúdo predominantemente referencial, mas também de colorido emotivo e poético, dão-nos notícia de suas leituras, lugares percorridos, impressões do cotidiano; poemas que revelam um eu sensível às angústias, dúvidas e alegrias do homem hodierno, numa linguagem metafórica, sinestésica, capaz de tocar a essência da vida humana; e ainda reflexões, aforismos, abordando questões filosóficas, éticas, metalingüísticas, com agilidade de pensamento e doçura de alma.

Em homenagem a dois grandes poetas brasileiros, Oswald de Andrade e Manoel de Barros, adota o pseudônimo Oswald Barros e os reverencia, trazendo características deles para o seu texto. Do primeiro, cuja flama de revoltado e irreverente é conhecida, patenteia, em seus versos, reflexões das grandes comoções do nosso tempo numa linguagem forte, polemizante, em “versos inumeráveis”, sem preocupação com a forma rígida; do segundo, também conhecido como “fazedor de auroras”, cuja forma ligeira enxerga  cada cantinho do mundo, herdou a busca constante dos elementos da natureza,  evocando pássaros, flores, o arco-íris e o próprio vento...


Sonia Mara Ruiz Brown
Dra. em Literatura Portuguesa pela USP


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