Translate

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O símbolo ou os quatro elementos (uma nota poética).


Um círculo principia o traço sempiterno
com o ponto ao centro,
caminho do meio, e o sol iluminou-se ao Leste no alfabeto
da ancestral China Oriental, desde cinco mil anos atrás.

A gaivota abre as suas asas de liberdade
que extrapolam o limiar do que é finito.
A liberdade vai além desta breve vida,
destes dias passantes.
O seu bico de ave celeste toca o sol no firmamento.

Com antigas letras gregas grafo escritos do Alfa ao Ômega.
O princípio contém o finito,
mas o fim vai mais além do terrenal, do meramente mortal.
Letras estão dependuradas nestas asas, abrem-se
aos horizontes, empós as quatro dimensões, no encalço
dos trigramas e hexagramas não exarados no ocidente.

Com quatro cores (verde, amarelo, azul e branco)
escrevo versos do passado, presente e futuro, da eternidade
do pequeno poeta, caricaturizado nesse símbolo, o qual talvez
pareça um extraterrestre nesse mundo do lado avesso!
Quatro virtudes sacras planam serenas no ar,
ardem ao fogo das emoções,
pisam a Terra-do-Nunca, do que foi, é,
e do que sabido, célere virá...

As águas de março, no outono do Hemisfério Sul,
fecham a última das estações escolhida pelo poeta
em sua escrita elementar:
o verão, com o sol-poente, ao Oeste. As flores no instante
eterno, elas etéreas, renascerão na primavera do Hemisfério
Norte em busca duma vida
em novas roupagens, em novas cores, de alegria,
após a noite-negra do inverno da alma humana.

O ar faz aumentar o fogo e ambos consomem
estes dias de malvadezas,
ambos apressam os vindouros dias escatológicos.
A Terra aplaude e as águas se agitam envoltas em felicidades.
Em outras dimensões saberemos do porvir,
o que o livro dos mortos nos contará...

O sol em seu giro visita com seus raios esse pequeno orbe azul,
onde a paz um dia in-sabido reinará,
quando raiar o oitavo dia da criação,
(com os seus quatro elementos e quatro cores,
no somatório de oito), sem trevas, então... esse dia,
deitar-se-á nas bordas do infinito.

Oswald Barros
Do livro Folhas ao vento, 2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário